outras mulheres

(maria luiza barcellos do amaral)

                     MARIA LUIZA BARCELOS DO AMARAL

                             (Maisa)

 

 

 

Maria Luiza de Queiroz Barcelos, conhecida como Maísa, nasceu no dia 14 de setembro de 1933, no município paulista de Barretos, e era filha de Nicácio Serafim Barcelos e Maria da Conceição de Queiroz Barcelos.

Cursou o primário, entre 1941 e 1943, na “Escola de Aplicação ao Ar Livre”, no Parque Água Branca, em São Paulo.

Entre 1945 e 1948, realizou o Curso Ginasial, no Instituto de Educação “Caetano de Campos”, também na capital paulista.

No dia 29 de dezembro de 1951, o Diretor do referido Instituto de Educação, Mário Marques de Oliveira, à vista das aprovações obtidas no Curso de Formação de Professores Primários (Curso Normal), conferiu a Maria Luiza de Queiroz Barcelos o Diploma de habilitação para o exercício do magistério primário do Estado de São Paulo.

No período de 1952 a 1954, fez o Curso Superior de Desenho Geral e Pedagógico “Santa Marcelina”, sendo-lhe conferido o Diploma de Professora de Desenho.

Ainda em 1954, em março, concluiu o Curso de Propaganda do Museu de Arte de São Paulo (segunda turma).

Nos anos de 1956 e 1957, realizou os cursos de férias “História da Arte e Desenho Decorativo” e “Artes Gráficas – Gravura”, ambos promovidos pelo Serviço de Expansão Cultural do Departamento de Educação da Secretaria de Estado dos Negócios da Educação.

Em 1968, concluiu o curso sobre “Desenvolvimento Emocional”, do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise, em São Paulo.

No ano de 1979, concluiu o curso de Artes Plásticas da Escola Superior de Arte “Santa Marcelina”, em São Paulo, e, um ano depois, formou-se em Pedagogia, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da então Fundação de Ensino “Octávio Bastos”, em São João da Boa Vista, com habilitação para Magistério e Administração.

 

Maria Luiza de Queiroz Barcellos casou-se no dia no dia 4 de julho de 1959, em São Paulo, com Aécio Teixeira do Amaral, e passou a assinar Maria Luiza Barcelos do Amaral.

Seu esposo era zootecnista e vendedor, e nasceu no dia 11 de março de 1932, em São João da Boa Vista, onde faleceu no dia 25 de agosto de 1983.

       Da união entre Maria Luiza e Aécio nasceram três filhos: Aécio Luis Barcelos do Amaral, Ana Laura Barcelos do Amaral e Paulo Márcio Barcelos do Amaral (falecido precocemente).

 

Em 1955, Maria Luiza foi aprovada em Concurso de Títulos e Provas para ingresso no Magistério Oficial do Estado de São Paulo, na cadeira de Desenho. Ingressou como Efetiva na Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau “Dr. José Manoel Lobo”, em Votuporanga.

Em 1957, removeu-se para a Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau “Cel. Cristiano Osório”, em São João da Boa Vista, onde permaneceu até meados da década de oitenta.

Em 1980, foi aprovada por concurso de Títulos e Provas para ingresso no Magistério Oficial, na Cadeira de Educação Artística, mas não se interessou em escolher a nova cadeira.

Maria Luiza de Queiroz Barcelos foi Monitora do treinamento em Guias Curriculares para Pessoal Docente de Escola de Primeiro Grau – Curso de Aperfeiçoamento, Área de Educação Artística em Campina no ano de1975.

Foi, também, Monitora do Curso de Aperfeiçoamento nos Guias Curriculares da Escola de Primeiro Grau em 1976.

A partir de fevereiro de 1981, foi convocada junto à Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas para desempenhar tarefa ligada ao Projeto de Apoio Didático-Pedagógico a alunos do Ensino de 1º Grau, desenvolvido pela Fundação Padre Anchieta (TV Cultura). Participou do programa, visto que “Qual é o Grilo?” em 1981, respondendo perguntas formuladas por telespectadores, referentes a Educação Artística.

 

Em 1954, Maria Luiza de Queiroz Barcelos foi vencedora do Concurso “Brasão de Barretos”, instituído pela Prefeitura Municipal de Barretos, por ocasião das comemorações do Centenário da cidade. O projeto apresentado foi premiado e adotado oficialmente pela Prefeitura.

De 1954 a 1957, Maísa colaborou como ilustradora no jornal O Legionário (posteriormente, O São Paulo), órgão da Arquidiocese de São Paulo.

Em 1954, trabalhando como desenhista, em uma agência de propaganda em São Paulo, fez vários trabalhos não assinados com fins publicitários.

A partir de 1957, colaborou diversas vezes com ilustrações para o jornal O Município e revista “Crepúsculo”, ambos editados em São João da Boa Vista.

Colaborando graciosamente com diversos jornais e revistas na seção de “Palavras Cruzadas”, publicou trabalhos em jornais de São João da Boa Vista e outras cidades, tais como o Diário de São Paulo, Diário de Notícias, revista “Manchete” etc.

       Em 1957, organizou a Exposição na sede da Sociedade Cultura Artística, em São João da Boa Vista, apresentando dezenas de trabalhos de “Desenho Natural” e “Desenho Figurativo de Imaginação”. Os melhores trabalhos receberam prêmios oferecidos pela Prefeitura Municipal e por lojas comerciais. No ano seguinte, organizou a Exposição de Novos Trabalhos dos alunos, na mesma modalidade, acrescidas a Geometria Descritiva e Perspectiva Linear.

       Em 1958, organizou estudos sobre Gravura, para todos os alunos interessados, fora do horário de aula. Foram estudados e comparados diversos tipos de gravura: em madeira, linóleo, pedra e metal, com explicações e esclarecimentos sobre suas técnicas, usos, efeitos e aplicações. Foi distribuído material para linoleogravura, por ser o de mais fácil execução e aquisição.

Ilustrou a capa dos livros: “Mãe Solteira”, de Maria Leonor Alvarez Silva (19xx); “Velhas Páginas”, de Octávio Pereira Leite (1971); “Folhas de Outono”, de Maria Conceição Salles de Almeida (1971); “Eu não quero morrer”, de Munir Moukarzel (19xx); “Lampejos D’Alma”, de Jordano Paulo da Silveira (1976); e “O Melhor é Não Matar os Sonhos”, de Ataíde José (19xx).

Participou de várias exposições coletivas, tais como: Exposição dos trabalhos dos alunos do Curso Superior de Desenho “Santa Marcelina”, São Paulo (1954); I Salão Barretense de Belas Artes, patrocinado pelo Rotary Clube de Barretos (1956); XXXI Salão Paulista de Belas Artes (1966); I e II San-San, Salão de Arte Sanjoanense (1969 e 1971) e IV Exposição de Arte e Artesanato da “Semana Guiomar Novaes”, São João da Boa Vista (1980). Também realizou Exposições individuais, destacando-se: Exposição de 25 retratos do Natural, no Centro Recreativo Sanjoanense (1966); Inauguração da Gelaria dos Retratos dos ex-Secretários do Planejamento do Governo do Estado de São Paulo, no Palácio do Morumbi (1970) e inauguração da Galeria dos ex-Prefeitos de São João da Boa Vista, no Salão Vermelho da Prefeitura Municipal (1973).

       Em 1969, organizou e montou o I San-San, primeiro Salão de Arte Sanjoanense, com o patrocínio da Prefeitura Municipal, onde apresentava trabalhos de Desenho, Pintura, Escultura, Literatura e outros, de sanjoanenses natos, estudantes, trabalhadores ou residentes na cidade. Dois anos depois, organizou e montou o II San-San, nos mesmos moldes do primeiro, mas já com maior amplitude, afluência e participação.

       Em 1970, foi entregue ao Bispo Diocesano Dom Tomás Vaquero, a maquete completa do Seminário “Coração de Maria”, executado em madeira, duratex e acetato, por alunos do 3º Colegial, área de Ciências Exatas, sob orientação da Professora e do Arquiteto autor do Projeto, Dr. Alberto Carlos Araújo.

       Em 1974, projetou e executou, juntamente com alunos do 3º Colegial, área de Artes, a decoração do muro de 27 metros de comprimento da Creche “Chafica Antakli”. Os dez quadros formaram a maior extensão de quadrinhos de que se tinha notícia.

Executou inúmeros retratos, em tamanho natural ou maior, de personalidades diversas, como os Governadores paulistas Roberto de Abreu Sodré e Laudo Natel, a pianista Guiomar Novaes, o Bispo Diocesano Dom Tomás Vaquero, entre tantos outros.

       De 1973 a 1980, fez diversas palestras e conferências a convite da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e da Faculdade de Ciências Contábeis, ambas da então Fundação de Ensino “Octávio Bastos”, assim como de Escolas diversas, do Rotary Club Centro e do Clube da Amizade, todos de São João da Boa Vista. Utilizando sempre sistema audiovisual, abordou assuntos diversos, entre os quais: “Pintura Impressionista”, “Belo Horizonte e Cidades Históricas”, “Aspectos Diversos de alguns países europeus” e “Aspectos Turísticos, Artísticos, Humanos e Econômicos do Norte e Nordeste do Brasil”.

       Maísa organizou diversas excursões a São Paulo, levando alunos a conhecer as Bienais, o Museu de Arte de São Paulo “Assis Chateaubriand” (MASP), o Museu de Arte Moderna (MAM), o Museu de Arte Contemporânea (MAC), o Planetário, o Teatro Municipal etc.

       Foram, também, realizadas diversas excursões de uma semana a Belo Horizonte e Cidades Históricas. Na capital mineira, entre outras atividades, destacavam-se as obras de Niemeyer e Cândido Portinari. Nas cidades históricas, as obras de Aleijadinho e Manoel da Costa Ataíde, eram estudadas e analisadas dentro do contexto da Arquitetura, Pintura e Escultura Colonial Brasileira, na sua fase Barroca.

 

Em 1977, Maria Luiza Barcelos do Amaral foi convidada a concorrer a uma cadeira na Academia de Letras de São João da Boa Vista, que se ressentia de um elemento ligado às Artes Plásticas. Empossada na Cadeira número 43, escolheu como Patrono Cândido Portinari.

Um ano depois, proferiu memorável conferência o Patrono e utilizando pela primeira vez na Arcádia sanjoanense o sistema audiovisual.

No dia 20 de agosto de 1979, proferiu sua segunda palestra na Academia, cujo tema foi “Aspectos do Norte e do Nordeste do Brasil”.

No período de mês de 19xx a mês de 19xx, Maisa publicou uma série intitulada “Europa sem pressa”, no jornal Cidade de São João de São João da Boa Vista, Diário do Povo de Campinas (na sessão de Turismo) e no O Diário de Barretos com suas impressões a respeitos dos diversos países que conhecia (desde a Rússia até o Marrocos, em viagem de quase 8 meses).

 

 

Recebeu uma justa homenagem da Prefeitura Municipal de São João da Boa Vista, quando foi criado o Parque Municipal “Professora Maísa Barcelos”, no Bairro Solário da Mantiqueira.

Outra justa homenagem que recebeu em sua terra natal foi quando tornou-se patronesse da Cadeira 35, da Academia de Letras de Barretos.

 

 

Por Rodrigo Rossi Falconi

Médico, Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista

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