outras mulheres

(yollanda torati)

                     YOLLANDA TORATI CASSINI

                         (A estilista das noivas)

 

 

 

VOLTA

         Yollanda Torati ganhou ‘expo’ nos seus 70 anos de atividades

Como costureira atravessou o séc. XX vestindo as mais belas noivas da cidade e da região, tornando-se num ícone da moda.

 

         No dia 27 de novembro de 2015, o GLOC Fábrica (Rua General Carneiro, 80) abriu exposição sobre a estilista e costureira sanjoanense Yollanda Torati. A exposição estreiou naquele dia e ficou em cartaz até 23 de janeiro de 2016, no mesmo local.

 

         “Considerada a modista de noivas de maior notoriedade na região de São João, Yollanda Toratti atravessou sete décadas exercendo a profissão e usou seu talento criativo e habilidade artesanal para materializar o vestido dos sonhos de quase 3.000 mulheres de diversas gerações”.

         Praticamente, todas as famílias de destaque nesses 70 anos de sua atividade casaram suas filhas com vestidos de noiva produzidos por esta costureira. Em sua residência, hoje, ainda estão muitas peças que foram emprestadas a ela pelas clientes de todas as idades e que devem fazer parte da exposição.

Para comemorar os 70 anos de atividade desta artista e modista sanjoanense, que aos 84 anos continua em atividade, essa exposição é organizada com vestidos de noiva por ela confeccionados, muitos acessórios e inúmeras fotografias reunidas por sites de relacionamentos, pela sobrinha Adriana.

 

PROVAÇÕES

         “Meu pai tinha uma venda na roça (de propriedade de Marcelo Amaral) e nós viemos para a cidade; eu sou a mais velha de sete irmãs, tinha 12 anos quando aqui cheguei”, conta sua história. Em São João, seu pai a motivou a frequentar um curso de Corte e Costura, que havia na Rua Tiradentes, nos anos 1940 e 1950.

         O seu primeiro vestido de noiva foi feito para a prima Lourdes Torati, que se casou com Luís Bonfante. “Quatro meses depois, eu casei o pai dela [fez o vestido de noiva], que tinha ficado viúvo”. Anos depois, frequentou cursos de corte e costura em São Paulo.

         Ela chegou, mesmo, a manter por 12 anos, um atelier seu naquela capital, atendendo a famílias como a Maluf, por exemplo. Mesmo no seu casamento, ela fez o próprio vestido, auxiliada pela amiga Helena Perobelli. “Eu fiz a roupa de todo mundo que ia no meu casamento”, confirma.

         Atualmente, ela confecciona apenas dois vestidos por final de semana. Já chegou a fazer até cinco ou seis, mas um AVC-Acidente Vascular Cerebral, tirou dela a firmeza das mãos. Esse ataque foi motivado pela morte de uma das filhas, a Claudia, numa crise de asma. Foram nove meses de silêncio e desespero. Antes disso, ela mesmo desenhava e cortava os moldes que, agora, não consegue mais executar.

         Com relação às homenagens que recebe hoje, na forma da exposição de vestidos de noiva, ela diz que “só tenho a agradecer ao Senhor por esta honra”, finaliza. 

         Agradeço pelo espaço neste jornal. Gostaria de fazer uma observação: após me recuperar do AVC que tive, perdi minha habilidade para fazer os desenhos, mas todo o processo, desde o atendimento à cliente, modelagem, corte e costura, sou eu mesma quem faço, para a honra e glória do meu Deus! E que ele continue me abençoando.
                                                                                                                                                  Por Clovis Vieira

Jornal “O Municipio”