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(cronologia)

 

1910
Nasce em 14 de junho na cidade São João da Boa Vista (SP), Patrícia Rehder Galvão

1928
Participa das reuniões em casa de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Primeira colaboração na Revista Antropofágica. Casamento arranjado com Waldemar Belisário que, posteriormente, seria anulado.

1930

Casa-se com Oswald de Andrade. Nascimento de Rudá de Andrade, seu filho com Oswald. Participa em manifestação popular para derrubar uma cadeia em São Paulo, cujas condições de funcionamento eram desumanas. Viagem para Buenos Aires para conhecer Luís Carlos Prestes, o que, na verdade, só acontece posteriormente. Em Buenos Aires, estabelece contato com intelectuais e membros do Partido Comunista da Argentina.

 

 

1931

Filiação no Partido Comunista. Publicação de oito números junto com Oswald de Andrade de O Homem do Povo. O jornal foi proibido sob a alegação de perturbar a ordem pública depois da invasão do escritório por estudantes da Faculdade de Direito de São Paulo que se sentiram agredidos pelas críticas publicadas contra a instituição. Em Santos, inicia sua atuação organizada no Partido, afastando-se de seu filho, Rudá, e de Oswald. Participa de um comício da greve dos estivadores quando a polícia getulista surge atirando nos manifestantes. Um estivador foi morto e Pagu, presa na cadeia da Praça dos Andradas, local onde hoje existe um centro cultural que leva seu nome. Seu nome passa a circular e a ser associado à sua atuação no comício. Isso incomoda o Partido Comunista que faz com que assine um documento em que Pagu assume a responsabilidade pelo ocorrido, apresentando-se como agitadora individual e inexperiente.

 

 

1932

Seguindo orientações do Partido, muda-se para o Rio de Janeiro e mora num cortiço no subúrbio. Atendendo à exigência partidária de se proletarizar, com dificuldade, encontra um trabalho como lanterninha de cinema. Após tentativa de organização dos trabalhadores dos teatros, cinemas e casa de diversão em um sindicato, é demitida. Consegue trabalho como operária em uma fábrica. Sai do cortiço e vive em uma república com outros jovens militantes na Lapa. Posteriormente, mora num quarto alugado a uma pedinte. Acidenta-se no trabalho e adoece. Em situação precária, vê-se obrigada a pedir ajuda a Oswald de Andrade.

 

 

1933
Publicação de Parque industrial, que havia projetado como um romance revolucionário. Viagem internacional como correspondente dos jornais Diário de Notícias e Correio da Manhã (do Rio de Janeiro) e Diário da Noite (de São Paulo).

1934
Uma vez na França, passa a militar no Partido Comunista francês com o pseudônimo de Léonie. Em manifestação em Paris, é ferida e presa. Após três prisões, quase é deportada para a Alemanha nazista. Por intervenção do embaixador brasileiro Souza Dantas, Pagu consegue retornar ao Brasil. Separa-se de Oswald de Andrade.

1935
É presa no Brasil em decorrência da fracassada tentativa de revolução comunista liderada por Luís Carlos Prestes. Sofre condenação, aos 25 anos, a 2 anos de prisão no Rio de Janeiro, onde havia tortura.

1937
Adoece na prisão e é enviada para o hospital de onde foge com a ajuda de Geraldo Ferraz que se tornaria seu marido em ocasião posterior.

É apresentada nos jornais como perigosa e inimiga pública do governo de Getúlio Vargas.

1938
É presa de novo e condenada pelo governo getulista a mais dois anos de prisão em São Paulo, onde compartilhou a cela com presas comuns.

1940
Sai da prisão e casa com Geraldo Ferraz.

1941
Nascimento de Geraldo Galvão Ferraz. Nos anos que se seguem trabalha como colaboradora de vários jornais.

1944
Escreve contos policiais que saem publicados em revista.

1945
Publicação do romance A famosa revista, escrito junto com Geraldo Ferraz. Participa da redação do jornal A Vanguarda Socialista, fundado por Mário Pedrosa.

1949
Primeira tentativa de suicídio.

1950
Sai candidata a Deputada estadual em São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro.
Publicação do panfleto Verdade e Liberdade.

1952
Passa a freqüentar a Escola de Arte Dramática e envolve-se nos anos subseqüentes de forma importante com o teatro, sendo responsável inclusive pela tradução de "A cantora careca", de Ionesco. Passa a morar em Santos.

1962
Doente com câncer de pulmão viaja à França para realizar uma cirurgia que não é bem-sucedida. Segunda tentativa de suicídio. Retorna a Santos onde morre em 12 de dezembro. Está enterrada no cemitério do Saboó.

(por Claudete Daflon )

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